segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Queda de braço

Embora o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, tenha recomendado o arquivamento da ação que pede uma investigação nas contas de campanha da presidenta Dilma Roussef, o Tribunal Superior Eleitoral – leia-se Gilmar Mendes – informou, segundo noticiou a imprensa, que vai continuar a apuração e julgamento dessas mesmas contas. Janot, em seu despacho, depois de lembrar que essas mesmas contas já haviam sido aprovadas, sem ressalvas, pelo mesmo TSE, disse que os argumentos constantes da ação não têm consistência. O arquivamente da ação, de autoria do PSDB de Aécio, já havia sido solicitada no próprio TSE pela ministra Maria Thereza Moura mas o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente da corte, decidiu pedir o seu prosseguimento com a respectiva investigação. Gilmar, no entanto, até hoje não se manifestou sobre as contas de campanha do candidato Aécio Neves, onde a ministra Maria Thereza Moura encontrou 15 supostas irregularidades. Entre elas o não registro do repasse ao PSDB de R$ 2 milhões doados pela Odebrecht para a campanha dele e, também, a omissão do recebimento de uma doação de R$ 1,75 milhão da construtora Construbasse. Aécio tem 15 dias para dar explicações.

Piada de Cunha

Parece piada. O presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, em discurso da tribuna da ONU, disse que “a democracia sem povo é como um jardim sem flores”. Disse mais: que a consolidação da democracia no Brasil é o principal foco da Câmara dos Deputados. Ele participa da IV Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, que está sendo realizada em Nova York. Cunha deve achar que o resto do mundo não sabe o que acontece no Brasil , onde ele tem sido o principal espinho na garganta da Presidenta e um dos mais ferrenhos defensores do seu impeachment. Resta saber que tipo de democracia ele pretende consolidar com suas ações destinadas a desestabilizar o governo.

Fim melancólico

A metáfora do boneco inflável gigante representando Lula vestido de presidiário, que fez a festa dos oposicionistas quando apareceu pela primeira vez nas ruas de Brasilia, teve um fim melancólico. Uma simples agulha, manuseada por uma estudante, pôs fim ao boneco e ao projeto de leva-lo a desfilar por todo o país: o balão gigante de 15 metros de altura, que custou R$ 12 mil, murchou, assim como murchou o plano da raivosa oposição, liderada pelo senador Aécio Neves, de derrubar Dilma através de um impeachment. O presidente nacional dos tucanos, se quiser efetivamente ocupar a presidência da República, terá de conquista-la pelo voto, o que lhe parece difícil. No tapetão ele jamais chegará ao Palácio do Planalto.

Intolerância e ódio

A intolerância e o ódio, disseminados no país pela mídia e pelas lideranças oposicionistas, estão ficando a cada dia mais perigosos. Até esta segunda-feira apenas ex-integrantes do governo eram hostilizados pelos fascistas que surgiram em vários lugares, especialmente em São Paulo, onde o ódio contra a presidenta Dilma Roussef e os petistas parece ter encontrado terreno mais fértil para proliferar. A mais nova vítima foi o ministro das Justiça, José Eduardo Cardozo, quase agredido durante um evento na capital paulista. A expectativa agora é saber o que Cardozo, que tem sido leniente diante de outros acontecimentos semelhantes, pretende fazer. Será que os fascistas vão continuar impunes? Sim, porque isso não é democracia. Se o ministro da Justiça não tem coragem de adotar as medidas necessárias para conter a fúria dessa gente, melhor pedir demissão, pois se nada for feito ninguém se espante se em breve alguém não for linchado fisicamente pelos intolerantes opositores do governo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A gratidão do ministro

Não fora a sua politização, que compromete em parte o seu trabalho na medida em que evidencía preferências político-partidárias, a Operação Lava-Jato, além de desvendar a corrupção na Petrobrás, teve o mérito de revelar os inimigos ocultos do petismo, em especial da presidenta Dilma Roussef e do ex-presidente Lula, escondidos nas dobras do Ministério Público, do Poder Judiciário, do Legislativo e do próprio Executivo. Encorajados pelas investigações da Lava-Jato, pela agressividade dos oposicionistas e pelo apoio da grande mídia os inimigos da atual e do ex-governante petistas, encravados no serviço público, começaram a mostrar as garras, adotando posições nítidamente políticas. É o caso, por exemplo, do corregedor nacional do Ministério Público, Cláudio Portela, que decidiu arquivar reclamação de Lula contra o procurador Anselmo Lopes, que abriu um procedimento investigatório contra ele com base numa reportagem da revista “Época”. A revista acusou o ex-presidente de tráfico de influência por ter supostamente influido na decisão de governantes de países da América Latina para a contratação de serviços da Odebrecht. Imaginem se a imprensa alemã fizesse a mesma acusação à premier Ângela Merkell por pressionar o Brasil para oferecer maior abertura do seu mercado às empresas do seu país. Segundo o corregedor, a investigação pode ser aberta se o procurador tiver noticia de alguma infração “por qualquer meio, ainda que informal”. Ou seja, o ex-ministro Joaquim Barbosa fez escola com a teoria do domínio do fato. Esse mesmo procurador, agora com o apoio declarado do corregedor nacional do MP (não confundir com corporativismo) já havia revelado sua posição política anti-PT através de postagens nas redes sociais, o que não foi levado em consideração pelo mesmo corregedor. Mais escandalosa, porém, foi a atitude do ministro Gilmar Mendes que, na qualidade de membro do Tribunal Superior Eleitoral, determinou à Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal que investiguem eventuais irregularidades nas contas da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2014, embora já aprovadas pela Corte. Em entrevista ao “Jornal do Brasil” o jurista Dalmo Dallari, professor da USP especializado em Direito Constitucional, disse que “a atitude dele (Gilmar) é puramente política, sem nenhuma consistência jurídica”. Depois de afirmar que “não há fundamento jurídico para um procedimento dessa natureza”, Dallari disse que essa iniciativa do ministro Gilmar “é apenas mais uma manifestação política”. É preciso, no entanto, fazer justiça ao ministro Gilmar Mendes: ele nunca escondeu suas penas tucanas e, muito menos, a sua gratidão ao ex-presidente Fernando Henrique, que o nomeou para o Supremo Tribunal Federal. E, corajosamente, assume posições nitidamente políticas, como se fora não um magistrado mas um autêntico representante tucano no STF, sem importar-se com o que os seus próprios colegas, a sociedade ou a imprensa possam pensar sobre o seu comportamento. Talvez por isso o jurista Dalmo Dallari disse, na entrevista ao JB, que “ele não atende às condições necessárias para ser ministro do Supremo”. O senador Aécio Neves, no entanto, por motivos óbvios, elogiou a decisão de Gilmar, dizendo que ele “apenas cumpriu a legislação”. Na opinião de Dallari o objetivo do ministro é provocar a retomada do julgamento de uma Ação de Investigação de Mandato Eletivo (AIME) – abrindo caminho para a materialização do sonho do impeachment – proposta pela Coligação Muda Brasil, que teve Aécio como seu candidato à Presidência da República nas eleições do ano passado, pedindo a cassação dos mandatos de Dilma e de Michel Temer. O processo está com o ministro Luiz Fux, que pediu vistas. Se ele seguir o exemplo de Gilmar, que pediu vistas do processo sobre doações de empresas para campanhas eleitorais e está sentado em cima dele há mais de um ano, provavelmente esse julgamento não sairá tão cedo. Tucanos de projeção, no entanto, como o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, ainda não perderam as esperanças de ver Dilma fora do Palácio do Planalto ainda este ano. Em artigo publicado no 247 Goldman , a exemplo do tucano-mor FHC, disse que a legitimidade do mandato de Dilma “se esvaiu”. Desde quando legitimidade se esvai? E acrescentou: “a presidente já era, o seu partido já era, a sua base congressual já era, seu apoio popular já era e nada mais pode salvá-la”. Parece até o mantra de uma pitonisa torcendo para que a Presidenta deixe o cargo. O vice-presidente do PSDB, pelo visto, confunde desejo com predição. Na verdade, dá pena ver um homem que já foi governador do mais importante Estado do país escrever semelhantes bobagens, como um garoto birrento que chora e bate o pé por ter perdido o brinquedo. Nesse aspecto, ele e o presidente do seu partido são bem parecidos. Afinal, quem efetivamente “já era”? Quem já foi (governador) ou quem continua (presidente)?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Oposição sem bandeira

A oposição no Brasil é só isso mesmo: oposição. Ou seja, é contra tudo o que se origina no governo, até mesmo contra iniciativas destinadas a melhorar a vida do povo, recuperar a economia, ampliar o sistema de saúde ou provocar a geração de novos empregos. Aos oposicionistas, em especial o líder tucano Aécio Neves, o que importa é afastar a Presidenta e conquistar o poder, a qualquer preço, mesmo sem bandeiras e sem projetos, razão porque não fazem outra coisa a não ser criticar, agredir, caluniar, ofender. Até hoje não apresentaram um único projeto de governo, uma alternativa séria e confiável capaz de substituir com vantagem o atual governo petista. Esse comportamento, aliás, não é novidade, pois Fernando Henrique quando assumiu a Presidência da República, montado no Plano Real do presidente Itamar Franco, também não tinha plano de governo e certamente por isso sua primeira providência, no comando da Nação, foi assegurar a sua permanência no poder por mais quatro anos, mediante uma emenda constitucional aprovada de maneira suspeita. A segunda providência foi vender o patrimônio nacional por meio de um processo de privatizações que nos subtraiu estatais estratégicas, importantes para a soberania do país, entre elas a mais lucrativa, a Vale do Rio Doce, um verdadeiro crime de lesa-pátria. E até hoje ninguém sabe o destino dos recursos arrecadados. Os brasileiros que se deixaram envolver emocionalmente pelos discursos incendiários de oposicionistas como Aécio e pelo noticiário tendencioso, permitindo que um ódio sem motivo prosperasse em seu coração, não perceberam ainda que os oposicionistas mais radicais não apresentaram até hoje, no Congresso, nenhuma proposta destinada a solucionar problemas e melhorar a vida do povo. Eles se dizem representantes do povo – e são, legalmente – mas na prática representam a si mesmos, os seus próprios interesses. Também não atentaram para os riscos de um impeachment, um trauma que só dará prejuízos ao país, causando instabilidade e destruindo uma imagem positiva de democracia conquistada a duras penas nos últimos anos. O combate à corrupção, aprovado por todos os brasileiros, por outro lado, não pode servir de pretexto para perseguições políticas e muito menos paralisar o país, provocando desemprego e assustando os investidores estrangeiros. Apesar do quadro pessimista pintado pela nossa mídia, porém, a imprensa internacional parece estar enxergando com mais acuidade e positividade o panorama brasileiro. O jornal espanhol “El País”, por exemplo, em editorial, fez uma análise isenta da situação do Brasil, dizendo, entre outras coisas, que“é bom lembrar que Dilma não foi acusada de corrupção por nenhuma instância judicial e que uma coisa é a responsabilidade política e outra, a penal. Usar como arma política o recurso legal que significa a destituição do chefe de Estado pelo Parlamento levaria o país perigosamente a cenários de instabilidade institucional que ele parecia ter deixado para trás ao se tornar uma potência regional e um exemplo para o mundo todo de sucesso no desenvolvimento e no combate à pobreza.” Depois de reconhecer que “o Brasil é envenenado por um debate político estéril e paralisante”, o periódico espanhol, dando uma enorme lição na imprensa brasileira quanto ao enfoque dado no noticiário e editoriais, afirma que “o que o Brasil precisa neste momento é que a justiça atue e responsabilidades sejam identificadas, que os políticos estejam à altura e que as instituições assumam seu papel. Os brasileiros não merecem nada menos que isso". Conclui-se, com base nesse editorial, que, visto à distância, sem as paixões que obliteram a visão e enegrecem corações, o Brasil continua merecendo o respeito e a confiança dos estrangeiros, o que, aliás, ficou claro na recente visita da chanceler alemã Ângela Merkell, interessada em novos investimentos em nosso país. Os maus brasileiros, no entanto, aqueles que só enxergam desgraças, como o colunista Rodrigo Constantino, da “Veja”, acreditam que estarão melhores em outros países. Constantino, que não faz muito tempo se mudou para os Estados Unidos, postou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz em que diz que “prefere lavar privadas em Miami” a viver no Brasil. Questão de gosto não se discute. Se ele prefere limpar o cocô dos americanos a ficar no Brasil o gosto é dele. Todo mau brasileiro, aliás, como os que vivem envenenando o povo com seu ódio, deveria seguir o seu exemplo. O nosso país certamente ficará bem melhor sem eles.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sede de poder

A sede de poder do senador Aécio Neves não termina nas fronteiras do Brasil: ele parece querer ser presidente também da Venezuela, de onde foi escorraçado recentemente pelo povo por tentar imiscuir-se nos assuntos internos daquele país. O tucano quer que a Organização dos Estados Americanos (OEA) mande observadores para as eleições parlamentares venezuelanas marcadas para dezembro vindouro. Em pronunciamento no Senado ele disse ter dúvidas se a Venezuela é capaz de realizar uma eleição que respeite a vontade do povo. Parece piada: aqui no Brasil ele se recusa a respeitar a vontade do povo, que reelegeu Dilma com 54 milhões de votos. E, afinal, o que o líder tucano quer com a Venezuela? Será que ele se convenceu de que aqui está dificil conquistar o Palácio do Planalto, até porque o candidato do seu partido às próximas eleições presidenciais deve ser o governador Geraldo Alkmin, e pretende derrubar Maduro. Será que ele não entendeu que Maduro é o nome do presidente venezuelano e não que ele esteja maduro para cair?

Questão de gosto

O colunista da "Veja" Rodrigo Constantino, que não faz muito tempo se mudou para Miami, nos Estados Unidos, postou nas redes sociais uma foto segurando um cartaz escrito a mão que dizia: "Prefiro lavar privada em Miami a ser roubado pelo governo brasileiro". Questão de gosto não se discute. Se ele prefere limpar cocô de americano a ficar no Brasil e dar sua contribuição para melhorar o país o problema é dele. Aliás, todo mau brasileiro deveria fazer exatamente o mesmo: mudar-se para os EUA e lavar cocô de americano.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Povão não foi às ruas

Só os tolos – e os imbecilizados pelo noticiário manipulado e por discursos demagógicos – acreditam que as manifestações de domingo representaram o sentimento do povo brasileiro. Somente eles não enxergam (há um velho dito segundo o qual o pior cego é aquele que não quer ver) que as manifestações foram organizadas por grupos ligados ao PSDB e orquestradas pelas lideranças do partido, os verdadeiros interessados no afastamento da presidenta Dilma Roussef. Nem precisam queimar os poucos neurônios para verificar que alguém – ou um partido – pagou as enormes despesas das manifestações com a confecção de camisetas, faixas, cartazes, bandeiras e até um boneco que custou R$ 12 mil, além de trios elétricos. Não foi um movimento nascido no seio do povo, mas nos porões do ninho tucano. Por isso, o número de manifestantes foi decepcionante, não correspondendo à expectativa dos seus idealizadores e organizadores. Mesmo admitindo-se que um milhão de pessoas tenham saído às ruas, o que foi contestado pela PM e o DataFolha, esse número não representa o pensamento de uma população de 200 milhões de habitantes e, também, não pode sobrepor-se à vontade dos 54 milhões que elegeram Dilma. O ex-presidente FHC sabe disso mas teve o cinismo de afirmar que “o mais significativo das demonstrações é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo”. Só mesmo um homem descomprometido com a democracia e que zomba da inteligência do povo brasileiro pode considerar ilegítimo um governo eleito com 54 milhões de votos. Depois de dizer que a Presidenta deveria ter um “gesto de grandeza” e renunciar, FHC, que antes pregava o impeachment, profetiza que caso não faça isso ela terá dias piores pela frente, “até que algum líder com forca moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais". Ainda bem que ele reconhece não ser esse líder com força moral para dizer o mesmo a Dilma. Até porque quem fez aprovar, por meios condenáveis, uma emenda constitucional que beneficiou a si próprio com mais quatro anos de mandato não tem autoridade moral para falar de “gesto de grandeza” e muito menos considerar ilegítimo um mandato outorgado por mais de 54 milhões de votos. Quem deixou o país em frangalhos, com inflação e juros superiores aos atuais, uma dívida externa na estratosfera, abafou escândalos e CPIs e vendeu o patrimônio nacional não pode pedir que os outros renunciem. O fato é que o povão, mesmo, não saiu às ruas, mas apenas os que se deixam conduzir pelas convocações nas redes sociais – e os que tem interesses pessoais – movendo-se como zumbis e repetindo palavras de ordem já exaustivamente repetidas pelas lideranças tucanas. Dava pena ver pessoas de cabelos brancos sob o sol escaldante repetindo chavões ou batendo panelas e pedindo o fim da corrupção, como se a corrupção pudesse ser extinta por decreto. Esquecem que em toda a história do Brasil o governo Dilma é o que mais combate a corrupção, atitude reconhecida, inclusive, pela imprensa estrangeira. Lamentavelmente, muita gente obedece cegamente às ordens emanadas através da internet, mesmo sem saber de onde elas partem, e se transforma ingenuamente em massa de manobra para os interessados no poder. Se um dia alguém postar nas redes sociais que quem for contra o governo Dilma deve pintar o cabelo de azul no dia seguinte veremos um monte de cabeças azuis desfilando pelas ruas. É surpreendente o cinismo de políticos que participam da idealização e organização desses movimentos, fazem convocações, sabem que eles são fabricados e depois vem a público falar em revolta popular, em manifestação do povo. Eles sabem, também, que a crise é artificial, criada por eles mesmos com a valiosa ajuda da mídia, mas a atribuem ao governo. O senador José Serra chegou a afirmar que “o país quer a renúncia de Dilma”. O país é ele, FHC, Aécio e companhia. Aécio vai à rua, faz o seu costumeiro discurso incendiário e em menos de meia hora desaparece para curtir o seu domingo. Até o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, agita as penas tucanas e desce das suas tamancas para criticar a Presidenta. Ele perdeu o pudor ético e institucional que deveria marcar o comportamento de todo magistrado, sobretudo da mais alta corte de Justiça do país, onde preferências político-partidárias não devem influenciar posições ou decisões. Gilmar incentiva o Ministério Público a enquadrar o presidente da CUT por ter falado em armas para defender o mandato da presidenta Dilma – palavras, apenas – e, no entanto, silencia diante dos atentados concretos ao Instituto Lula e ao diretório do PT. A hipocrisia não tem limites. O ódio absurdo e sem sentido, disseminado e alimentado pela mídia e líderes oposicionistas, criou hoje um clima parecido ao registrado pela história no tempo da Inquisição, quando os cristãos que não rezavam pela cartilha da Igreja eram considerados hereges, presos, julgados sumariamente e assados em fogueiras. Hoje os hereges são os petistas que, felizmente, são presos mas não correm o risco de serem assados. Os que destilam ódio ainda não atentaram para o mal que fazem ao país e ao seu povo. Não atentaram, também, para a responsabilidade dos seus atos, que assumiram perante Deus, a quem, em última análise, terão de prestar contas porque, como disse Jesus, “a cada um será dado segundo as suas obras”.

sábado, 15 de agosto de 2015

Perseguição

O renomado escritor Mário Prata disse em recente entrevista que o clima de ódio no Brasil só vai desaparecer quando o ex-presidente Lula aparecer preso e algemado na capa da revista “Veja”. A revista, que agoniza por conta da sua falta de credibilidade que afugentou os leitores, insiste em envolver o ex-presidente no esquema de propinas investigado pela Operação Lava-Jato. E sua edição de todo final de semana sempre tem uma reportagem de capa acusando Lula de alguma coisa, embora ele não seja investigado. Neste final de semana, com uma reportagem sob o título de “A República do Pixuleco”, a desacreditada revista volta à carga, desta vez quebrando o sigilo bancário da empresa responsável pelas palestras do ex-presidente petista. Até quando vai durar essa perseguição?

Pela culatra

O tiro do senador Aécio Neves contra a presidenta Dilma, disparado no Tribunal Superior Eleitoral, saiu pela culatra. Ele pediu a impugnação do mandato da Presidenta. O TSE, no entanto, ao examinar a prestação de contas do líder tucano relativa à campanha presidencial de 2014, identificou irregularidades e deu-lhe um prazo de 72 horas para explicar-se. De acordo com a prestação, ele arrecadou R$ 222 milhões mas gastou R$ 223 milhões. Parece que tem alguma coisa errada.

Pesquisa

Segundo o Instituto DataPopular (não confundir com o DataFolha) para 71% dos entrevistados a oposição a Dilma “age por interesses próprios não pelo bem do Brasil”. O mesmo instituto detectou que caiu a aprovação ao impeachment da presidenta Dilma Roussef. A pesquisa foi feita entre os dias 1 e 4 deste mês em 152 municipios. O resultado não surpreende aos brasileiros mais atentos, pois não é difícil verificar que os oposicionistas mais radicais, entre eles os tucanos Aécio Neves, Aloysio Nunes e Cássio Cunha Lima, nunca apresentaram nenhum projeto destinado a melhorar alguma coisa no país. Eles se dizem representantes do povo mas o que não fazem é defender os interesses do povo. Na verdade, eles não fazem outra coisa a não ser tramar contra o mandato de Dilma.

Até que enfim!

A Policia Federal decidiu finalmente nesta sexta-feira, dia 14, depois de quase um mês, investigar o atentado a bomba à sede do Instituto Lula, em São Paulo. Se o atentado fosse ao Instituto FHC os responsáveis já teriam sido identificados e punidos, com ampla cobertura da mídia, que praticamente ignorou o atentado ao instituto do ex-presidente petista.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A lição de Ana Luiza

Nem tudo está perdido. A estudante de medicina Ana Luiza Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é o mais novo exemplo de que nem todos estão com a mente entorpecida pela campanha de ódio que fez a cabeça de muitos. Por ter afirmado, em discurso durante cerimonia que marcou o segundo aniversário do Mais Médicos, que realizou o sonho de estudar medicina graças aos programas do governo Dilma Roussef, ela foi agredida brutal e covardemente nas redes sociais por médicos e futuros médicos, que a chamaram, entre outras coisas, de “vadia” e “medica vagabunda pobre”. O episódio revela o tamanho do ódio disseminado pela mídia e oposicionistas, que transformou pessoas em animais. Até antes das eleições presidenciais do ano passado, cujo resultado fez o candidato derrotado Aécio Neves desencadear uma campanha sistemática odienta contra a Presidenta, ninguém seria capaz de imaginar que chegasse a esse nível a virulência das agressões dos opositores. Eles não aceitam que alguém pense diferente deles e atacam, de modo animalizado, todos os que não rezam por sua cartilha, até mesmo uma jovem estudante pobre cujo único pecado foi agradecer ao governo a oportunidade de estudar. É inconcebível que médicos, cuja profissão é salvar vidas, atentem justo contra a vida de uma de suas colegas por demonstrar publicamente a sua gratidão. A jovem e intimorata Ana Luiza, no entanto, mostrou que está bem acima dessa malta que, felizmente, é minoria entre os profissionais de saúde. Depois de informar que recebeu várias ameaças, inclusive de levar uma surra e de ser impedida de conseguir emprego depois de formada, a estudante disse que desde cedo aprendeu a não responder ódio com violência (um tapa de luvas de pelica na cara dos imbecis que a agrediram) e que suas palavras não foram dirigidas “para essa classe covarde de profissionais” mas para “os profissionais de saúde que dão o sangue todo dia, mesmo em condições péssimas de trabalho, salários atrasados, saúde abandonada e caótica, verdadeiros heróis, que acreditam e lutam por um mundo transformado a partir da educação e do amor”. Seria salutar que os incendiários tucanos, liderados pelo senador Aécio Neves, atentassem para o conteúdo da mensagem dessa jovem potiguar e parassem de destilar ódio, que só serve para agravar os problemas do país e provocar reações desagradáveis e perigosas. Aécio, aliás, esperto como é, aproveitou o desabafo indignado do presidente da CUT, Vagner Freitas, para manifestar-se perplexo. Freitas disse que o povo deveria ir às ruas entrincheirados e de armas na mão para defender o mandato da presidenta Dilma Roussef, caso insistissem em derrubá-la. O tucano, porém, não mostrou a mesma perplexidade quando seu colega Aloysio Nunes disse que eles “deveriam sangrar a Presidenta”. E muito menos baixou o tom da convocação para a manifestação contra o governo neste domingo, quando os batedores de panelas (ou será paneleiros?) pretendem ir às ruas para pedir o impeachment da Presidenta. Tomara que tudo transcorra em paz, pois, ao contrário do que fazem crer o noticiário e as pesquisas, nem todos a querem fora do Planalto. Na verdade, depois das manifestações favoráveis a Dilma realizadas por diversos segmentos da sociedade, entre eles entidades de classe, movimentos sociais e juristas, parece difícil acreditar na lisura das pesquisas que a apresentam com apenas 8% de aprovação popular. Apesar da campanha sistemática contra ela desenvolvida pela mídia, que obviamente exerce forte influência entre as pessoas de mente fraca e certamente se refletiria nas pesquisas, observa-se nas redes sociais que nem todos embarcaram nessa onda. Conclui-se que se é possível manipular-se o noticiário, no qual destaca-se apenas os aspectos negativos e apresenta-se o país como em situação falimentar, por que não se manipularia as pesquisas, como parte do plano de desgaste do governo? Até porque o instituto que faz pesquisas periódicas pertence a um dos grupos de comunicação mais radicais contra o governo. De qualquer modo, seria prudente evitar-se radicalismos nas manifestações dos dois lados neste domingo. Manifestações públicas contra ou a favor de qualquer governo são legítimas em regimes democráticos, mas é preciso que haja respeito pela posição do outro. Afinal, somos todos brasileiros e todos, independente de raça, credo ou posição social, desejamos o melhor para o nosso país.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Um novo clima

Os dois mais radicais adversários – ou será inimigos? – do governo Dilma, o senador Aécio Neves e o deputado Eduardo Cunha, foram isolados em suas investidas contra o Planalto. O senador mineiro, que ficou obcecado pela Presidência da República, convencido de que com o afastamento de Dilma através do impeachment assumiria o governo como “salvador da pátria” , agora prega no deserto porque ninguém mais lhe dá atenção, nem a mídia e muito menos os seus colegas tucanos de maior projeção. E ainda corre o risco de ficar de fora das eleições presidenciais de 2018. Por sua vez, o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, que usou o cargo para tentar implodir o governo com o apoio de falsos aliados, já não tem a cobertura da mídia, que passou a considerá-lo um porra-louca. E também perdeu a cumplicidade do senador Renan Calheiros, que mostrou estar mais preocupado, efetivamente, com os interesses nacionais. O presidente do Senado até propôs uma agenda, que foi recebida com simpatia pela Presidenta. Percebe-se, sem muita dificuldade, que o clima de golpe está dando lugar a novas esperanças quanto ao governo Dilma, já dando sinais de fortalecimento. A Presidenta passou a receber melhor tratamento da mídia, com algumas exceções. E as nuvens negras que pairavam sobre o país estão se dissipando.

sábado, 8 de agosto de 2015

O grande espetáculo

O ex-ministro Joaquim Barbosa, de triste memória, fez escola. Ele aproveitou o julgamento do chamado mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, para ganhar notoriedade, transformado em celebridade pela grande mídia, que o usou como instrumento para atingir seus objetivos políticos. A revista “Veja”, que não perde oportunidade para investir contra o governo e petistas, especialmente contra Lula, fez uma reportagem de capa com ele sob o título de “O menino pobre que mudou o Brasil”. Até hoje ninguém sabe exatamente o que foi mesmo que ele mudou no Brasil, a não ser que a desacreditada revista pretendesse fazer referência ao preceito jurídico segundo o qual “todos são inocentes até prova em contrário”. Depois da sua passagem pelo STF todos passaram a ser culpados até provarem sua inocência. O pessoal da Operação Lava-Jato, tal como Barbosa, também corre atrás da fama e está usando as investigações sobre corrupção na Petrobrás para ganhar o estrelato, contando para isso também com a cobertura da grande mídia. Até transformaram as prisões num grande espetáculo, com a presença de cinegrafistas e repórteres, avisados previamente do dia e hora das ações da Policia Federal. Parece filme policial americano, com os agentes usando óculos escuros e escoltando os presos. Em seguida, convocam a imprensa para uma entrevista coletiva em que todos – juiz, procuradores e delegados – dizem alguma coisa. Ninguém pode se queixar, porque todos tem oportunidade igual de aparecer diante das câmeras, embora alguns se estendam um pouco mais em suas considerações sobre as prisões. O juiz Sergio Moro, que até já foi homenageado pela Globo com o título de “Personalidade do Ano”, é a grande estrela do espetáculo. Consciente do seu poder, não contestado nem pelo STF, ele prende quem bem entende – já prendeu um almirante e pelo andar da carruagem vai acabar prendendo um general – baseado apenas em suas interpretações pessoais, a partir de delações premiadas. Provas? Bem, isso é coisa da Justiça do passado. Hoje, depois da presença de Joaquim Barbosa no Supremo, basta a teoria do domínio do fato – ou seja, notícias publicadas pela mídia – para condenar alguém, de preferência petista ou ligado aos governos do Partido dos Trabalhadores. É claro que todo brasileiro aprova o combate à corrupção, com a necessária punição dos corruptos, mas o que a parcela mais esclarecida da população condena é a politização das investigações, onde só as pessoas com algum vínculo com o PT ou o governo são presas, blindando-se escandalosamente tucanos e oposicionistas. Além disso, é visível a intenção de envolver o ex-presidente petista, conforme o desejo escancarado dos controladores da grande mídia, de modo a tornar inviável a sua possível candidatura nas próximas eleições presidenciais. Depois da prisão do preso José Dirceu, em meio ao já conhecido espetáculo midiático, recrudesceram os rumores sobre a iminente prisão do ex-presidente Lula, o principal alvo de toda essa operação, pois os mentores do plano não conseguem esconder o temor de que ele volte ao Planalto em 2018. Já há rumores, também, de que ele seria nomeado ministro da Defesa do governo Dilma, o que lhe daria foro especial. Seria, sem dúvida, uma oportunidade para o juiz Sérgio Moro testar o seu poder: um juiz de primeira instância prendendo o comandante geral das Forças Armadas, sem nenhum gemido dos militares, certamente seria uma prova de fogo para a solidez das instituições democráticas no Brasil. Alguém vai pagar pra ver, justo no mês de agosto? Enquanto isso, os tucanos conhecidos e os enrustidos intensificam a movimentação nos porões da República para derrubar a presidenta Dilma Roussef, contando com o decisivo apoio da grande mídia e de parte da acovardada base aliada. Os tucanos, que vivem falando em democracia, parecem convencidos de que o impeachment é um ato democrático, mesmo sem nada que justifique a sua aprovação. Eles tem uma visão vesga de democracia, conforme é fácil constatar pelas declarações do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, para quem a “apertada” diferença de alguns milhões de votos sobre o seu concorrente Aécio Neves retirou de Dilma a legitimidade do seu segundo mandato. O cinismo parece ser a marca registrada de muitos tucanos. Goldman sabe, aliás como todo mundo, que numa democracia até a diferença de um único voto legitima o mandato do vencedor. O ex-presidente FHC, por sua vez, depois que alguém aventou a possibilidade de um diálogo dele com Lula, passou a se julgar o juiz do mandato de Dilma, cuja manutenção ou não estaria em suas mãos. E do alto da sua empáfia mandou dizer da Sardenha, onde se encontrava: “Por favor, não interrompam as minhas férias!” Férias de quê? Ninguém nem sabia que ele trabalhava... A verdade é que ele, assim como parte expressiva do seu partido, está pouco se lixando para os destinos do Brasil. O que eles querem mesmo, a qualquer custo, é o poder, mesmo através de um golpe. E parece ser exatamente isso, a julgar pelo clima criado pelo noticiário, que muitos esperam aconteça neste mês de agosto.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Materialização do ódio

O lançamento de uma bomba caseira no Instituto Lula, em São Paulo, não recebeu até agora a atenção que merece das autoridades governamentais e, também, dos políticos e da imprensa, considerando a sua gravidade. O atentado, na verdade, representa a materialização do ódio, criado e alimentado pela mídia e opositores do governo, que evoluiu das palavras faladas e escritas para uma ação concreta, capaz de produzir mais do que danos morais: danos físicos. As providências para punir os autores, portanto, não podem limitar-se a palavras de condenação, mas produzir ações legais vigorosas que inibam tentativas futuras. A imprensa comprometida e os oposicionistas radicais, à frente o senador Aécio Neves, inconformados com a derrota nas últimas eleições presidenciais, são os principais responsáveis por esse clima de ódio que fanatizou cérebros enfermiços, dominados por mentes mais poderosas empenhadas na execução de um projeto de poder que envolve interesses políticos e econômicos nacionais e internacionais. As autoridades governamentais também tem sua parcela de responsabilidade, embora em menor grau, na medida em que não reagiram à altura às agressões e calunias que vem sendo veiculadas há tempos na mídia e redes sociais. E todos sabemos que a impunidade é o maior incentivo às más ações. Mais do que um atentado ao Instituto Lula, tendo como alvo um ex-presidente da República considerado pelas pesquisas o melhor presidente que este país já teve, a explosão da bomba foi um atentado à própria democracia. Até agora, no entanto, afora declarações de petistas, não se ouviu uma voz da oposição condenando o fato, nem da OAB, autoridades do Judiciário, Ministério Público ou entidades de classe. Aparentemente, todos estão considerando o atentado como um fato normal, apesar da sua gravidade. Enquanto isso, o juiz Moro, procuradores da Lava-Jato, presidente da OAB e políticos se manifestaram em defesa da advogada Beatriz Catta Preta só porque ela foi convocada para depor na CPI da Petrobrás. Conclui-se, daí, que tem algo muito estranho e perigoso acontecendo no Brasil. A história, porém, seria diferente se o alvo do atentado tivesse sido o Instituto FHC. A gritaria de protesto, que envolveria manchetes diárias da grande imprensa e declarações indignadas de políticos e outras personalidades de destaque da vida nacional, teria ultrapassado as fronteiras do país e as providências punitivas teriam sido imediatas e vigorosas. Recorde-se que quando o prédio da “Veja” foi pichado – pichado, apenas – foi um Deus-nos-acuda. E quando a moça do tempo do “Jornal Nacional”, Maria Julia, foi agredida covardemente por racistas nas redes sociais, as ações, de iniciativa da Globo e do Ministério Público, foram deflagradas de pronto e os responsáveis rapidamente identificados. Por que não acontece o mesmo quando os alvos são petistas ou pessoas ligadas ao governo? Não é difícil prever o que poderá acontecer, em futuro próximo, caso não sejam tomadas medidas urgentes capazes de conter manifestações odientas como o atentado ao Instituto Lula. Será que vão esperar que morra alguém, como aconteceu com as manifestações de rua que culminaram com a morte do cinegrafista da Band, para providências mais efetivas destinadas a punir os responsáveis pelo atentado? Percebe-se que o ódio inexplicável, que obnubila a visão das pessoas e anestesia a sua capacidade de raciocínio, já evidencía o desejo incontido de extermínio do alvo, como é possível notar, além de opiniões nas redes sociais, pela declaração do apresentador Danillo Gentili que, em sua imbecilidade televisiva, lamentou a ausência do ex-presidente Lula no seu instituto no momento da explosão. Os órgãos de segurança, portanto, precisam adotar ações urgentes para descobrir e punir os responsáveis pelo atentado antes que os fanáticos idiotizados pelo noticiário venenoso da mídia façam nova investida criminosa contra petistas, em especial contra Lula. Afinal, diante do massacre da mídia e das investigações dirigidas para impedir o ex-presidente de disputar as eleições presidenciais de 2018, alguma mente enfermiça – e não são poucas – poderá se convencer de que a sua eliminação seria a única maneira de retirá-lo do pleito. É preciso agir antes que algo mais grave possa acontecer.